terça-feira, 1 de setembro de 2009

40 anos de Woodstock

Alguns instantes depois de filmar um casal fazendo sexo no mato no festival de Woodstock, em 1969, o câmera David Myers deu de cara com um faxineiro de meia-idade que limpava um banheiro atolado com uma bomba de sucção gigante. "É difícil acompanhar o ritmo", ele diz. "Me sinto feliz de fazer isso por essa molecada. Meu filho está aqui, e tenho outro no Vietnã também." Enquanto o homem se encaminha pro próximo banheiro, um hippie alto sai de dentro de uma cabine fumando um cachimbo, olha pra câmera e diz: "Sem filmar. Quer um pouco?"

Em junho, 40 anos depois do festival, o filme Woodstock, vencedor do Oscar, está sendo relançado em DVD e Blu-ray, com som 5.1 surround e duas horas de performances inéditas de Grateful Dead, The Who e Creedence Clearwater Revival. O diretor Michael Wadleigh, que comandou uma equipe de 70 pessoas, diz que a cena do banheiro é emblemática do que há de melhor no filme. Apesar das performances de Sly and the Family Stone, The Who e Jimi Hendrix, são os momentos não musicais que fazem de Woodstock um documento definitivo da contracultura em seu ápice. Freiras sorridentes fazem o sinal da paz para a câmera, policiais chupam picolés ao lado de hippies e idosos locais se juntam pra ajudar a alimentar o exército de fãs. E, como todos os aspectos de Woodstock, a existência do documentário em si é um milagre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário